O ano de 2019 foi mágico para o futebol brasileiro. Uma equipe rubro-negra, comandada por um técnico português, marcou presença de forma extraordinária. Pouco se imaginava que o time do Flamengo de Jorge Jesus causaria tanto impacto nos adversários brasileiros e internacionais.
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O Flamengo daquele ano jogou um futebol raro, sendo considerado um dos grandes times da última década, comparável ao Atlético-MG de 2012 ou ao Corinthians de Tite. A verdade é que Jorge Jesus deixou uma marca indelével no Brasil com sua passagem. Ele conquistou a Libertadores e o Campeonato Brasileiro de 2019, além do Campeonato Carioca, da Recopa Sul-Americana e da Supercopa do Brasil em 2020. Vamos explorar como jogava este magnífico time.
A base da equipe de Jorge Jesus
Antes de falar sobre as questões táticas da equipe carioca, é importante mencionar os jogadores que compunham aquele esquadrão. E meus amigos, os atletas eram espetaculares. O time era montado em um 4-4-2 e, em alguns momentos, em um 4-2-3-1.
Começando pela defesa. No gol, tínhamos a experiência de Diego Alves, um goleiro com um ótimo retrospecto na Europa e um exímio pegador de pênaltis (ele chegou a defender pênalti de Messi, tá?). Nas laterais, Filipe Luís e Rafinha, cada um com qualidades e funções distintas em campo, mas ambos geniais em suas participações defensivas e ofensivas. A dupla de zagueiros era invejável: Rodrigo Caio e Pablo Marí. Uma defesa sólida.
No meio de campo, a base era formada por William Arão e Gerson. O primeiro, muitas vezes visto como o “patinho feio” do Flamengo, cresceu muito sob o comando de Jorge Jesus. Gerson, cria do Fluminense, chegou ganhando o coração da torcida, jogando muito e com sua comemoração característica, cruzando os braços em formato de X (o tal do “vapo”)
O ataque da equipe de Jorge Jesus
Um pouco mais à frente, dois gênios: Arrascaeta e Everton Ribeiro. O uruguaio, vindo do Cruzeiro, é um facilitador de jogadas, pensa o jogo como poucos e tem um ótimo faro para gol. Everton Ribeiro, por sua vez, é um atleta que brilhou por onde passou, um gênio em passes verticais e dono de uma “canhotinha” de ouro.
No ataque, o poderoso duo Bruno Henrique e Gabigol. Ambos vivendo os melhores momentos de suas respectivas carreiras. BH chegou ao Flamengo após uma temporada abaixo pelo Santos, mas no rubro-negro, jogando pelo lado e com sua velocidade, ninguém conseguia alcançá-lo. E Gabriel Barbosa, que já era um ídolo incontestável, consolidou-se como um dos maiores artilheiros da história do clube.
Com essa base de jogadores, Jorge Jesus conseguiu montar um dos times mais inesquecíveis do futebol brasileiro, combinando talento individual com um forte espírito coletivo
Fase 1: Construção
Primeiramente, no início das suas jogadas, o Flamengo do JJ costumava sair trocando passes desde a zaga. Quando estava com a bola, havia mudanças de posições. Rafinha e Filipe Luís iam um pouco mais a frente da zaga. Com isso, Willian Arão retornava a defesa, fazendo uma linha de três defensores, junto com os zagueiros. Gerson ficava na base da jogada, a frente desta linha, para produzir e continuar as jogadas.
A equipe sempre se movimentou bastante. Os jogadores sempre se locomoviam para perto de onde a bola estava, com o intuito de facilitar as jogadas e também de serem opção de passe para seus companheiros de time.
Em caso de times que não marcam ou agridem tanto o time carioca, a construção também começava desde trás, mas não com a presença do Arão, apenas com os zagueiros. Em muitos momentos, a equipe tocava a bola de um lado para o outro, para encontrar uma forma de atacar, assim tinha outras opções de atacar
“O meu passado como treinador está escrito, está feito. Sou o treinador em Portugal que mais títulos ganhou e quero mostrar no maior clube do Brasil o meu valor”. – Jorge Jesus
Fase 2: Ofensividade
Dessa forma, quando tinha a bola, a ideia dos atletas de ataque eram de “atacar o espaço”. Isso significa que os jogadores se posicionam nos ambientes onde não havia marcação do adversário, onde poderiam receber um passe com mais liberdade e finalizar jogadas.
Um gol bem legal que demonstra isso é no empate do Flamengo contra o Grêmio pela Libertadores. Antes de sair o gol de cabeça do Bruno Henrique, o Arrascaeta estava sendo marcado pelo defensor Bruno Cortez. Assim, ele sai da sua posição, “puxando” o Cortez junto com ele. Isso faz com que crie um espaço onde o lateral da equipe gaúcha estava. Mais para frente na jogada, Gérson preenche este espaço, toca para o Arrascaeta, que cruza pro BH vencer o goleiro Paulo Victor.
No entanto, outra forma de chegar ao gol dos rivais eram por passes curtos e tabelinhas. O Flamengo de Jorge Jesus cansou de fazer tentos desta maneira. Assim, a ideia era ter vários jogadores perto da bola, como o time sempre possui, e trocar passes rápidos, que deixam o adversário sem reação e conseguir chegar na cara do goleiro
Jorge Jesus chega ao comando técnico do Flamengo (Foto: Alexandre Vidal/ Flamengo)
Fase 3: Pressão
Com tudo, talvez a maior característica deste Flamengo era sua forte marcação-alta e a pressão no adversário. Já ouviu falar que a melhor defesa é o ataque? Pois bem. Era assim que Jorge Jesus pensou. Seus atletas se posicionam para incomodar os rivais desde a saída de bola. O objetivo, claro, era tentar recuperar a bola o mais perto possível do gol, aumentando suas chances de conclusão.
A pressão era feita, na primeira linha de frente, pelos atacantes Bruno Henrique e Gabigol. Em seguida, os meias e volantes apoiaram na marcação, obrigando a equipe adversária dar um “chutão” ou forçar um passe errado. E quando isso acontecia meus amigos, era letal.
Um time histórico de Jorge Jesus
O Flamengo de Jorge Jesus não foi só um time vitorioso. Foi um time que mudou a forma como se vê o futebol no Brasil. Trouxe modernidade, intensidade, e mostrou que é possível jogar bonito e vencer. Aquela temporada vai ficar pra sempre na memória dos torcedores. E olha, não é exagero dizer que aquele Flamengo foi um dos maiores times da história do futebol brasileiro.
Em 2019, o Flamengo escreveu um capítulo glorioso na sua história, e Jorge Jesus foi o grande arquiteto dessa epopeia. Que venha mais futebol como aquele, porque, sinceramente, nunca é demais reviver um sonho assim.
“Sou um estudante de jornalismo motivado. Se estiver em uma mesa de bar, com um suco (sim, porque não tomo cerveja), pode apostar que vou entregar os melhores papos, principalmente sobre futebol. Tenho interesse em desbravar tudo que ronda o esporte mais amado do país e uma boa história.
Nos tempos livres (que são poucos), prefiro me entreter no mundo digital, com jogos, filmes e séries. Natural de São Paulo, tenho o sonho cobrir um dos maiores campeonatos esportivos do mundo: a Copa do Mundo. Todos os dias, me esforçando para realizar esse grande sonho.”